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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um vaqueiro da fazenda lagoa do firme

Na fazenda lagoa do firme
Distrito do massapé
No ano de 39
O mês não sei lhes dizer
João Rogério e a família
Nessa terra veio viver 
A proprietária da fazenda
Senhora dona belar
Trouxe esta família             
Do sul do ceará
Para cuidar de seu gado
E em sua terra trabalhar

 Trabalhando de sol a sol
Noite e dia sem parar
João Rogério e seus filhos
Tinham que trabalhar
Para dar conta de tudo
Sem deixar nada faltar
Seu João tinha dois filhos
Todos de grande valor
O mais novo Gerardo Rogério
Um homem trabalhador
É um sujeito destemido
De nada tinha pavor
Na vida sempre andando
Na mais completa verdade
Conquistou a confiança
Da dona da propriedade
Mostrando a ela seu valor
E que tinha dignidade
Na batalha do dia a dia
Dona Belar sempre notou
Que Gerardo Rogério
Era um homem trabalhador
Que estava sempre disposto
E não negava favor
Na luta do dia a dia
Correndo atrás de gado
Gerardo Rogério tinha
Um cachorro seu aliado
Bacharel era seu nome
Cão esperto e danado
Bacharel sempre travou
Uma guerra com colibri
O reprodutor da fazenda
Que todos temiam ali
Bacharel sempre venceu
As batalhas todas dali
Ali todos conheciam
A fama de bacharel
Um cachorro bom de gado
Um cão bom e fiel
Que ajudava o vaqueiro
A desempenhar seu papel
Também não posso esquecer
De sua montaria
Do seu burro brioso
Que Gerardo teve um dia
Neste burro ele pegava
Tudo voava e corria
Do tangente ao senador
Brioso era afamado
Em cada pega de boi
Brioso era aclamado
Não existia boi mandingueiro
Pra não sair derrotado
Passaram 18 anos
Gerardo sempre a pensar
Pois já tinha um gadinho
E uma terra devia comprar
Seu pai teve um sonho
E a seca veio revelar
No ano de 57
João Rogério teve a visão
Da seca de 58
Que acabava com o sertão
Falou a dona belar
Que do velho fez gozação
Seu João quando você esteve
Com Deus nosso senhor?
O que ele lhe falaste
Desta seca pro senhor?
Seu João me diga a data
Que com ele se encontrou
Dona Belar eu respondo
Como matuto que sou
Eu não tive encontro
Com Deus nosso senhor
Foi somente em sonho
Que ele me revelou

Dona Belar fica o alerta
Para o que vai acontecer
O gado que der corte
A senhora deve vender
Porque no ano de 58
O gado não terá  o que comer

Dona Belar não acreditou
Na conversa de seu João
E não vendeu o gado
Conforme a orientação
E 58 chegou
Trazendo destruição
Mas Gerardo ficou pensando
Em tudo que seu pai falou
Porque em seu pai acreditava
O velho nunca se enganou
Por seis contos de reis 
O gado ele entregou

Com o gado todo vendido
A marca jogou fora
Sonho de possui a terra
Ele realizou naquela hora
Em julho de 57
Da lagoa do firme foi embora

Foi embora para o penedo
Onde comprou a propriedade
Com a mulher e os filhos
Chegou no meio da tarde
Onde começou uma nova vida
Sem faltar com a verdade

58 chegou
Trazendo seca pro sertão
Janeiro e fevereiro passaram
Sem cai chuva no chão
19 de março chegou
Na mesma situação

Situação que deixou
O vaqueiro assustado
A vida sempre foi dura
Mas nada tinha igualado
Foi trabalha na estrada de ferro
Para ganhar uns trocados

58 foi um ano
De grande dificuldade
Mas 59 chegou
Cheio de novidades
Em janeiro a chuva caiu
Acabando a calamidade

O velho vaqueiro é real
Não é história de ficção
Aos 90 anos ainda vive
Cheio de disposição
Quem achar que estou mentindo
Visite esse cidadão

Você será surpreendido
Quando com ele se encontra
Essa história que contei
Ele torna lhe contar
Você encontra o vaqueiro
Em Senador Sá
 
 

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